Tempo. O tempo é um cavaleiro, correndo sempre adiante, poderoso, austero. É o cravar das patas do seu cavalo sobre a terra, e o seu estridente relinchar. Esvoaçando seu pelo e crista, o vento é o tempo que corre.
Tempo que corre. Tempo que para.
Que ri. Que chora.
Tempo que não passa.
Que pensamos ter copiosamente, mas em verdade, não existe. Horas, dias e anos não são estáticos. Segundos são variáveis. A única certeza é o tique-taque do mundo transformando sua superfície, momento após momento.
Somos passageiros no eterno teatro da mutação.
Vítimas do esplendor da vida.
Espectadores do milagre da transformação.
O tempo voa, mas voa baixo.
Baixo o bastante para sentirmos sua passagem, vezes, por mais sutil que soe, anestesiados por ele próprio.
Há tempo para tudo, mas o tempo é uma idéia, uma ilusão.
Há tempos e tempos.
No fim, o tempo é um amor.
Suave, terno, avassalador e revolucionário.
Com o poder de nos transformar, sem jamais se deixar transformar.
O tempo, assim como um amor, é uma idéia.
O tempo, assim como um amor, passa.
Porque, no fim, tudo passa…
“Somos passageiros no eterno teatro da mutação.” sem mais ..
Adorei! Expressou muito bem o que é o tempo 🙂
Simplesmente apaixonada por seus textos. E esse é perfeito. Tudo passa! ♥